terça-feira, 20 de julho de 2010

Case de Sucesso - HABIB'S





O crescimento da rede Habib's se confunde com a história do seu fundador, Antônio Alberto Saraiva. Alberto Saraiva, médico por formação, mas empreendedor por vocação, acreditou em uma idéia e construiu um império a partir de poucos recursos. O negócio parecia impossível: fast-food brasileiro, servindo comida árabe e controlado por um português sem qualquer vínculo com o mundo oriental. Apesar dos descendentes de árabes só comporem 7% da população do Brasil, o restaurante experimenta o reconhecido sucesso junto aos consumidores. O grane segredo da rede foi saber adaptar a culinária árabe ao paladar do brasileiro. A partir de uma lanchonete, em 20 anos, ele firmou seu empreendimento como a segunda rede de fast-food no país.
Quando criança Alberto Saraiva dividia com os pais, portugueses como ele, o sonho de ser médico. Esse fato fez com que no começo da década de 70 a família Saraiva se mudasse para São Paulo capital, a fim de dar a oportunidade ao filho de ingressar no curso de Medicina. Como meio de sustento da família, iniciaram a operação com uma padaria no bairro comercial do Brás, Zona Leste da cidade. Mas logo no primeiro ano de curso, a violência da cidade grande mudou o destino de Alberto: em um assalto ao estabelecimento comercial, seu pai foi morto. Sendo o filho mais velho, se viu obrigado a abandonar a faculdade para se dedicar ao negócio da família. Mal sabia ele que, ironicamente, ali começava sua história de sucesso.
Inexperiente, passou por muitas dificuldades gerindo a padaria e percebeu que era preciso conhecer o trabalho realizado na empresa para não depender de seus funcionários. O negócio prosperou e, em 1976, obteve seu primeiro lucro comercial com a venda da padaria, o qual investiu em uma lanchonete. Essa foi a primeira negociação de muitas que ainda viriam.  O valor do esforço de Alberto é maior na medida em que conseguiu prosperar nos negócios ao mesmo tempo em que concluiu o curso de medicina.

                                                      Antônio Alberto Saraiva


Administrando a lanchonete, conheceu um dos melhores cozinheiros árabes de São Paulo, Paulo Abud. Muito cedo, conversando, os dois perceberam que os restaurantes especializados nesse tipo de comida eram raros e com preços altos. Paulo Abud foi o responsável pelo conhecimento de comida árabe de que Alberto precisava para consolidar seu restaurante. Em 1988 o Habib's inaugurou sua primeira loja na Rua Cerro Corá em São Paulo. De modo a garantir a variedade do cardápio e de não apostar somente em produtos específicos, aproveitou a sua experiência profissional e incluiu outros produtos mais comuns ao público brasileiro: pizza, pastel e chope. Além disso, ajustou as receitas árabes ao gosto nacional. Assim, o pão sírio ganhou uma versão mais macia e dourada, charutos e abobrinhas recheadas receberam um molho de tomate especial, a esfiha uma massa mais leve, a carne bovina foi instituída em substituição a carne de carneiro e temperos como alho, hortelã e gergelim foram usados com moderação.


                          Prato árabe acompanhado com sobremesa portuguesa


Saraiva percebeu uma oportunidade observando o público de baixo poder aquisitivo e esse foi o seu diferencial. Ele democratizou o consumo de seus produtos com preços que são acessíveis ao orçamento dos brasileiros, fazendo com que as pessoas pudessem freqüentar um restaurante, comer bem e gastar pouco. A partir do sucesso do empreendimento, alguns sócios se uniram com a meta de abrir novas lojas. Em 1992, foi adotado o sistema de franchising, inaugurando a primeira loja franqueada da rede em Santo André, São Paulo. Ao completar 10 anos de atuação no mercado, o Habib's já ultrapassava a marca de 100 lojas. A expansão e solidez da cadeia se assentaram no tripé: preços baixos, variedade e alta performance em qualidade. Em 1999 deu início à campanha "Nosso preço começa com zero", destacando três produtos que custam menos de R$ 1,00 (pastel, kibe e esfiha). O primeiro mês de campanha conseguiu elevar a venda do pastel em 220% e da esfiha e do kibe em 30%.
Visando a padronização e o sucesso das franquias, foi criado um manual de fast-food do Brasil: o manual de operações da rede Habib's. Além disso, foi desenvolvida a idéia de criar a UTIH - Unidade de Terapia Intensiva do Habib's para diagnosticar e solucionar os problemas das lojas.  Não contrair financiamentos foi outra chave do sucesso. Desta forma, uma das políticas da rede Habib's é: o investimento para se abrir uma franquia deve provir do patrimônio do investidor. Por essa razão, permite-se que haja diversos sócios, mas jamais empréstimos e financiamentos. Folha de pagamento enxuta é outro ponto a se destacar quando se trata de despesas.
Seguindo a filosofia: Não basta atender o cliente com eficiência e sim surpreendê-lo sempre, a empresa adotou uma série de iniciativas que só contribuíram para o desenvolvimento da marca. A certeza da própria qualidade levou a rede a lançar o Habib's 28 minutos. O programa revolucionou os sistemas de entrega de fast-food: se no espaço de 28 minutos, contados a partir do momento em que o pedido é anotado, o cliente não receber a encomenda, não precisa pagar. Além desse diferencial, mantém no ar seu serviço de relacionamento com o cliente, batizado de Alô Tia Eda.


Seu poder de fogo ainda é pequeno se comparado ao da sua principal concorrente: Mc Donald's. Mas isso não impede o comandante do Habib's de cutucar o gigante do fast-food. Para competir com a rede americana, Alberto Saraiva teve que ser visionário e inovador em um país como o Brasil, marcado pelas crises econômicas, onde mais de 70% das empresas fecham as portas nos dois primeiros anos de vida.  Alberto acredita que o segredo do seu sucesso foi persistir, não aumentar o preço por longos períodos e manter a mesma qualidade do seu produto.
O Habib's atrai multidões de consumidores e lucra na quantidade de produtos vendidos, mesmo com uma baixa margem de lucro. Tudo isso só foi possível graças à personalidade de seu fundador: visionário, determinado e sonhador. Hoje, Alberto Saraiva, é dono de doze empresas que fornecem a matéria-prima e serviços para uma série de processos e serviços da rede. A empresa, como o próprio empresário faz questão de ressaltar, é a maior marca de fast food de comida árabe do mundo. São 300 unidades espalhadas pelo país e um faturamento de R$ 900 milhões anuais.

                                Loja do Habib's




Empresa: Habib´s
Site:
www.habibs.com.br

Fonte: http://www.casodesucesso.com/?conteudoId=29

Case de Sucesso - BOM BRILL







Pode ser que alguém não saiba o que é lã de aço, mas que não conheça Bombril é bastante improvável. A Bombril foi uma das primeiras empresas brasileiras a acreditar na propaganda e se voltar para a construção de uma marca: com intensivas campanhas de promoções e de publicidade veiculadas por rádio e televisão. O garoto-propaganda da lã de aço Bombril, Carlos Moreno, se tornou um dos personagens mais marcantes e queridos da história da publicidade brasileira. A Bombril é um desses raros casos em que a aceitação da marca é tão ampla que se tornou sinônimo de uma categoria. A empresa que já deteve 90% do mercado de lã de aço no Brasil enfrentou duras crises financeiras a partir de 2002, chegando à beira da falência. Como sobreviveu? A resposta está no prestígio de sua marca. E é com esse trunfo que a atual gestão vem tentando reerguer a companhia, resgatando fatias importantes de participação de mercado. Hoje, a maioria de seus produtos é líder ou vice-líder de vendas.
Há 60 anos Roberto Sampaio Ferreira, em sua visão de mercado, percebeu o imenso potencial de um produto que começava a ser fabricado nos Estados Unidos: a lã de aço. Até então um produto importado, caro e pouco acessível. Em 14 de janeiro de 1948, Roberto iniciou a fabricação da lã de aço com a fundação da empresa Abrasivos Bombril, no bairro do Brooklin em São Paulo. O lançamento da lã de aço Bombril foi uma revolução para o dia-a-dia das atividades domésticas. Logo virou o queridinho das donas de casa, porque, além de polir panelas, o produto limpava vidros, louças, azulejos e ferragens, ficando conhecido como 1001 utilidades.  Somente naquele ano, foram vendidas 48 mil unidades.
Como inicialmente o produto era vendido solto, não havia diferenciação a não ser pela qualidade de Bombril. Foi aí que a empresa começou a usar um pequeno selo vermelho. Começava então a entrar na cabeça dos brasileiros uma marca que se tornaria inesquecível. Paralelo a isso, o rádio estava no auge e a Bombril lançou o programa Gente que brilha na rádio nacional. Os jingles da Bombril se tornaram muito famosos. Já na década de 50 com a recém-chegada televisão ao Brasil, a empresa marcou presença com o programa Cirquinho Bombril. Rapidamente a atração se firmou como um grande sucesso da TV brasileira. As suas promoções também marcaram época. Nos anos 60 uma promoção começou sorteando um carro por mês. O sucesso da estratégia foi aumentando até chegar a três carros sorteados mensalmente. No final da promoção, quase uma centena de carros tinham sido sorteados.
Entre 1961 e 1973, a Bombril cresceu e iniciou a incorporação de outras empresas, entre elas: a Companhia de Produtos Químicos - Fábrica Belém, dona das marcas Sapólio e Radium, que virou a linha Sapólio Radium; a Indústria de Lã de Aço Mimosa Ltda., do Rio de Janeiro; e a Q'Lustro, empresa que detinha aproximadamente 25% do mercado nacional de lã de aço.
Em 1978 entrou no ar o primeiro comercial da campanha que se tornaria um ícone da publicidade mundial, uma campanha que fez história e bateu recordes. Criada por Washington Olivetto e Francesc Petit e estrelada pelo brilhante Carlos Moreno. Com o comercial introduziram uma figura que representava as mudanças comportamentais da época. Neste período, a sociedade viu uma mudança de valores sendo registrada pela publicidade. O fato é que as mulheres, em especial, começavam a valorizar mais homens com um quê de desprotegidos, tímidos ou carentes em detrimento do estereótipo machão e atlético, símbolo de força e segurança.  O comercial seguia um perfil acolhedor, quase íntimo. Falava abertamente com o público, usando uma comunicação direta, espontânea e sincera. Logo após o lançamento da campanha as vendas da lã de aço Bombril chegaram à marca de 420 milhões de unidades.
Graças à enorme visibilidade proporcionada pelo sucesso dos novos comerciais, a empresa iniciou a expansão de sua linha de produtos sob a marca BOMBRIL. Novos produtos, em diferentes segmentos, foram introduzidos no mercado, como: detergente líquido (Limpol), desinfetante (Pinho e Kalipto), amaciante (Mon Bijou), além de esponjas de lã de aço com sabão, palhas de aço, sabão em barra, limpadores, panos de limpeza, inseticidas e desodorizadores de ambiente.
Em 1984 a empresa abriu capital e virou a Bombril S/A, passando a ter ações negociadas na Bolsa de Valores. A partir da abertura de capital a sorte da Bombril começou a mudar. Primeiro, foi a briga entre os três filhos do fundador Roberto pelo controle da empresa. No meio da disputa, surgiu o empresário italiano Sergio Cragnotti e levou a parte dos irmãos de Ronaldo. Por um curto espaço de tempo, tornou-se sócio de Ronaldo até que arrematou também sua participação, mas não pagou. Na Itália, Sergio Cragnotti  foi acusado de calote e a empresa sofreu intervenção do governo. A empresa passou a ser presidida por um interventor nomeado pela Justiça. A marca que virou sinônimo de uma linha de produtos perdeu o rumo pela má administração e entrou em declínio com a entrada de novos concorrentes, dentre eles a Assolan. A Bombril nunca havia passado por crise semelhante à dos últimos anos. Em 2003, no auge da crise financeira, quando foi instaurada a administração judicial, a Bombril estava sem crédito algum na praça, com 12 pedidos de falência, mais de 500 títulos protestados e sem dinheiro em caixa para honrar sequer os salários.
Para surpresa geral, em 2004 Carlos Moreno se despediu da Bombril em um comercial no qual dizia: Toda vez que você usar um produto BOMBRIL você vai lembrar um pouquinho de mim? A separação foi curta. Em 2005, ele retornou ao seu posto de garoto Bombril. No ano seguinte, o personagem fez um retorno triunfal e prova mais uma vez que é o garoto-propaganda mais querido do Brasil. A principal estrela do mercado de lã de aço brasileiro voltou às telas de TV para brilhar ao lado de ícones nacionalmente conhecidos.



                                Pelé e Carlos Moreno

Há cerca de um ano e meio, Ronaldo Sampaio Ferreira reassumiu o comando da companhia. Desde então, promove uma faxina em seu interior. Já no ano passado a reversão do quadro de crise transformou o resultado da faxina em um lucro de R$ 90 milhões. O empresário lançou produtos, substituiu a diretoria, equacionou dívidas e está investindo R$ 40 milhões nas linhas de produção.
A Bombril é uma empresa que, apesar de ter passado por momentos críticos em sua história, possui duas características exclusivas: o poder da marca e o enorme orgulho que os funcionários têm em trabalhar na empresa, evidenciadas em várias pesquisas de clima. Hoje a companhia é a principal fabricante de lã de aço do país e uma das mais tradicionais empresas de produtos de limpeza doméstica. Com uma participação estimada em mais de 70% do mercado de lã de aço, as perspectivas de crescimento são extremamente otimistas. Tudo isso só foi possível devido ao valor atestado pelos seus consumidores a marca Bombril.  Há poucos logotipos no mundo com tamanho poder.

Empresa: Bombril
Site: www.bombril.com.br


Fonte: http://www.casodesucesso.com/?conteudoId=34


quarta-feira, 14 de abril de 2010

Conceito de Marketing

"O marketing autêntico não é a arte de vender o que você faz mas, saber o que fazer. É a arte de identificar e compreender as necessidades dos consumidores e criar soluções que tragam satisfação aos consumidores, lucros aos produtores e benefícios aos acionistas." 
(Philip Kotler)